segunda-feira, 5 de abril de 2010

Uma breve história no Vale

Texto por Regis Vernissage

Neste final de semana, as 3 bandas do coletivo Bequadro Mostarda foram convidadas a tocar em diferentes eventos no Vale do Paraíba, o que mostra de cara que nosso corre não está sendo em vão.

02/04 Bola 8 Snooker Bar, Pinda – Easter Festival [Ensaios Destrutivos, Bristol, JANE DOPE, Slithroat]

Fotos por Bruna e Fernando Lalli

Tudo começou na sexta-feira dia 02/04 quando após uma tarde agradável de ensaio, a JANE DOPE empacota suas tralhas e migra rumo a sempre aprazível Pindamonhangaba pra desta vez tocar num snooker bar chamado Bola 8. Pico legal, cerveja barata, cicceroneados pelo sempre amável Zé Ronconi, amigos queridos locais chegando de rodo (Bôe, Irmãos Fusco, Thami, Thaís, Júlio, Stéfano, Ike+Bruna, Felipe Hit Camera...) e mais queridos trazidos de Mogi por Marceleza (Thaisera, Vivi e Erikito Somata). A vibe tava bacaníssima e o povo começando a ficar bêbado e a fazer bruxarias.

Eu, Nanda Shoozona e nossa incrível Brian Wilson Itálica dos Teclados Duda já havíamos virado uma garrafa de Assemblage, enquanto Déa Dope Drummer se esbaldava numa caipirinha que tava uma delícia de doce e enquanto Marceleza secava uma garrafa de vódega + redbull com os doentes que vieram no seu carro... nos juntamos com todos os queridos locais que já bebiam há horas no posto BR perto do pico e aí já viu né... dá-lhe blahs... nisso as bandas começaram a tocar e a gente adentra após quase todos os assuntos do mundo serem colocados em dia, após quase todos os ciggys do mundo serem fumado pelos fumantes, após quase todo o estoque de saliva do mundo ter secado de tanta falação.

A primeira banda foi a local Ensaios Destrutivos que tocaria também no dia seguinte (a gente já chega lá) que foi bem legal, fizeram um rock consistente e honesto com letras em bom português e conta com integrantes muito simpáticos. Na sequência, outra banda local chamada Bristol chamou a atenção pela sonoridade com nuances que remetiam a Sunshine Underground, Smiths e Travis, também muito boa! Fecharam com uma grande versão para I Will Follow do U2.


Em seguida, entramos semi-bêbados vestidos de JANE DOPE e de cara achamos estranho o fato do Hugo (que organizava o festival) pedir para nos enfileirarmos no palco pra fazer uma foto geral antes de começar, mas acatamos o pedido! rs... Fizemos o setlist Dopiano básico (com a ajuda providencial do nosso roadie de plantão, Sr Ronconi) e com a inserção no final de um som novo chamado Jane Dope: A Diamond On The Road que trata da real história da puta. Ficamos felizes por sermos muito bem recepcionados e por ter uma resposta imediata de quem lá estava, não só dos amigos, mas também dos presentes em geral. Pra fechar a noite, tocou a também local Slithroat que fez vários covers de nomes de peso, como Foo Fighters, Metallica, etc...

Hora de zarpar, Marceleza e os bêbados voltam pra Mogi e eu + as outras Janes seguimos para a residência dos Ronconi para uma agradável noite de sono, pois a maratona continuaria no sábado.

02/04 Espaço Cultural Epígrafo, Moreira César – La Vacaloca [Maquiladora, Seamus, Hierofante Púrpura, Ensaios Destrutivos]

Fotos por Regis Vernissage

Após uma comprinha básica no Supermercado Excelsior em Pinda, rumamos para a chácara dos Ronconi onde rolaria um churras e onde passaríamos a tarde. Nós Janes remanescentes guiados pelo Zé e acompanhados por Stéfano e Ike+Bruna chegamos à chácara junto da chuva, foi o tempo de comer algo mais e descansar de leve. De repente chega Pedrinho e Thami (que iria expor suas fotos a noite no Epígrafo), Meteoro e Mariana dirigidos pelo Bôe, as Maquiladoras Thania e Thais guiadas pelo também Maquiladora Henrique que parece ter dado uma carona ao mineiro-quase-suzanense Cris Lima (da Curved), coladaços pelos queridos Hierofantes Danilo, Gabriel e Hugo. A recepção estava completa e, se não saiu sol, ao menos a chuva deu uma trégua, o que possibilitou até que alguns maloqueiros se jogassem na piscina da chácara para espantar os maus agouros! Era hora então de irmos, em carreata, rumo ao distrito de Moreira César, distante 13km do centro de Pinda sob uma chuva torrencial que resolveu então cair de verdade, o que não impediu uma bela visão que tivemos do Pico do Itapeva ao norte.

Sorte novamente chegarmos ao Espaço Epígrafo e a chuva dar uma amenizada (é a 2ª vez que estive lá e choveu como na 1ª... rs) aproveitamos então para continuar tomando umas cervejinhas e colocando mais assunto em dia. Palco e exposições de fotos e desenhos devidamente apreciados e montados, era hora do som.

A primeira foi a MAQUILADORA que chamou a atenção de quem ainda não as conhecia, fazendo a gurizada local ficar literalmente no meio da banda (muito legal no Epígrafo que não existe palco, a interação é 100%). Tocaram seu último cd My Silent Van Gogh praticamente inteiro.

Na cola, os caras do SEAMUS representaram tocando um set relâmpago (bem, eu achei curto) que arrancou suor até das formiguinhas que passavam entre as pedrinhas na área de descanso do bar, tamanha a intensidade da energia passada por esses barbudos malditos! O final apoteótico de microfonias distorcidas e barulheira deliciosa foi a ponte perfeita para a psicodelia madura de punch cristalino trazida pelos queridos visionários da Hierofante Púrpura que provocou um êxtase na gurizada presente em frases tipo: “de onde eles vieram?” ou “cara, que incrível isso!”. Tocaram sons de seus Adubado e Crise de Creize e fecharam com a sensacional Discutindo, com participação massiva da galera fazendo fundinho de palmas e tal. Além de terem tocado outra música inédita, foi a primeira vez que executaram essa ao vivo, segundo afirmação do próprio Danilo Sevali.
E fechando a noite com muito estilo, os pindenses bacanas do Ensaios Destrutivos nos proporcionaram um setlist desta vez bem maior que o visto na noite anterior, repleto de composições próprias e com direito até a um cover de Comfortably Numb do Pink Floyd com os vocais liderados aqui por um belo Fernando Lalli ensopado de suor, chuva e amor. Coisa fina.

Mais uma vez com a sensação de missão cumprida, era hora de fazer um pitstop em Pinda pro lanchinho básico e pegar a estrada de volta pra casa, levando um amor cada vez maior deste pedacinho do Vale do Paraíba.

2 comentários:

  1. Nós da Bristol ficamos agradecidos com o comentário feito no texto. Esperamos poder mostrar o nosso trabalho de forma digna e sincera. É o que nos faz acreditar na música. Obrigado novamente.

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